Inversão da pirâmide etária aumenta a demanda por profissionais de fisioterapia.

Banco Mundial estima que em 2050, o Brasil tenha 64 milhões de idosos, 29,7% da população total

Não adianta negar, está em todo lugar: são dados, conversa presente no cotidiano dos brasileiros. O ser humano está vivendo mais.

Mas esse fenômeno não é privilégio brasileiro, nos Estados Unidos, as pessoas maiores de 65 anos são uma parte cada vez maior da sociedade, com um total de 47,3 milhões em 2018, informou o Escritório do Censo.
Em alguns subgrupos, o crescimento entre adultos maiores foi enorme: as pessoas com idades entre 85 e 94 anos tiveram um aumento de 29,9% (5,1 milhões com relação a 3,9 milhões 10 anos atrás), e 30,4% as pessoas entre 65 e 69 anos (12,4 milhões em comparação com 9,5 milhões há uma década).

Diante de um fato inegável, surgem inúmeros produtos e serviços para esta “nova” classe etária. Desde celulares com teclas maiores (para facilitar a visão do idoso) a dezenas de vitaminas, pílulas disso ou daquilo. Até agências de viagens com roteiros menos aventureiros já foram criadas.

Outro fato é que envelhecer ativamente implica em cuidar mais da saúde, se movimentar, se alimentar corretamente, afinal não são todos os brasileiros que chegam à velhice com plenos movimentos físicos e ávidos por realizar mais itens de sua lista de desejos. Por esta razão, há profissões que tem sido prestigiadas por esse público. O médico geriatra é uma dessas, afinal quem já tinha ouvido falar de geriatria há 15, 20 anos? Ainda na área da saúde, a fisioterapia também tem seu neologismo; a gerontologia.

A bem da verdade o termo é mais amplo e pretende investigar as experiências da velhice em diferentes contextos socioculturais e também históricos e é multidisciplinar, aborda estudos no campo da biologia, psicologia, filosofia, direito, dentre outras frentes.

A verdade é que uma das experiências mais comuns dessa faixa etária são os problemas corriqueiros com o desequilíbrio do corpo, as quedas que vivem dando sustos. Para Marcos de Campos, fisioterapeuta, 35 anos, “as quedas, juntamente com a reabilitação de sequelas de AVC são as principais razões que levam a família a procurar um fisioterapeuta”.

A impossibilidade de locomoção criou um produto intitulado “home care”, que consiste na ida do profissional à casa do idoso para lhe atender, uma espécie de delivery. “Atendo pacientes de 80 a 105 anos, na casa deles. Isso o exime de se cansar durante o trajeto a uma clínica e o deixa mais confiante para realizar os movimentos que propomos, pelo fato de estar num ambiente conhecido”, diz Marcos.

Mas, engana-se quem pensa que a fisioterapia serve somente para “remediar”. “O fisioterapeuta oferece qualidade de vida, busca preparar o paciente para ser o mais independente possível em seu dia a dia. Há ocasiões em que além de ajudá-lo em sua reabilitação ou condicionamento, fazemos companhia, pois muitas vezes o idoso se sente só”.

De volta aos Estados Unidos: na medida em que os números mostram um crescimento bastante significativo no aumento da expectativa de vida, quase que de forma instantânea, aumenta-se a demanda por profissionais referidos acima e o Brasil tem surgido como solução, preenchendo o espaço como celeiro de bons profissionais.

“São inúmeros os colegas de profissão que optaram por atuar no mercado americano. Embora no Brasil o cenário seja bastante interessante, nos Estados Unidos há uma demanda pelo menos e vezes maior, o que nos possibilita uma melhor remuneração”, finaliza.

Website: http://www.marcodecampos.com.br

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