O futuro promissor da tecnologia móvel (mHealth) para a fisioterapia
Doenças e/ou condições de saúde crônicas tem afetado a população pelo mundo. Diariamente nos deparamos com paciente com dor lombar crônica, fibromialgia, reabilitação pós acidente vascular encefálico, dentre outros. Estes tem sido um desafio quase que diário para profissionais de saúde em geral. Sendo assim, pesquisas com o objetivo de obter estratégias de controle/manejo da dor tem sido uma fonte de estudo por pesquisadores ao redor do mundo.
Uma das inovações que nos últimos 5 anos tem ganhado muita força devido ao avanço da tecnologia, é a utilização de mHealth no processo de reabilitação e controle da dor. O termo em ingles mHealth refere-se a utilização de dispositivos móveis como celular, tablets, e smartphones pela área médica e saúde pública. Segundo o Centro de Pesquisa de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.br) o número de brasileiros que acessam a internet através de um dispositivo móvel atingou a marca de 52,5 milhões em 2013, representando 31% dos brasileiros. O Brasil é um dos países em que mais se utiliza o celular no mundo. Além disso, foi observado que as pessoas dificilmente saem de casa sem seu celular. Sendo assim, a utilização do mHealth pode ser uma ferramente chave no processo em questão.
É importante reforçar que o mHealth não substitui o atendimento face-to-face, ele deve ser utilizado como uma opção para melhorar o atendimento ao paciente enquanto ele não estiver presencialmente com o profisisonal de saúde. Para a reabilitação profissional, a tecnologia dos mHealth oferecem ferramentas que monitoram, por exemplo, exercícios realizados em casa, coleta de desfechos clínicos (intensidade da dor), mensuração dos sinais vitais, auxilia no feedback em relação a postura, oferece materiais educativos e é uma ferramenta interessante para manter o paciente sempre motivado a realizar as atividades propostas pelo profissional de saúde.
A evolução da tecnologia do mHealth tem mudado a maneira que indivíduos controlam a sua própria condição de saúde. No geral, esse sistema tem se mostrado promissor para a melhora da qualidade de vida, satisfação geral do paciente, auto-controle (regime) e mudanças de comportamento. Porém, ainda temos alguns lacunas em relação aos efeitos a longo prazo, custos e o risco controlado de algumas intervenções. Sendo assim são necessários mais pesquisas para se ter uma real segurança, em sua totalidade, dos benefícios na utilização na prática clínica. O papel do mHealth dentro do campo da reabilitação tem sido visto com bons olhos pelos profissionais de saúde. Penso que em breve obteremos mais informações de como utilizar esse dispositivo de forma adequada para gerar resultados expressivos na vida de nossos pacientes.
Referência
Brad E. Dicianno et al. Perspectives on the Evolution of Mobile (mHealth) Technologies and Application to Rehabilitation. Physical Therapy. 2015