Abordagem biomecânica da articulação de joelho em atletas do pedestrianismo

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Seguindo a linha da postagem anterior sobre pedestrianismo hoje  vamos falar sobre a articulação subjacente ao quadril ,na qual ocorrem a maior parte das lesões nesse esporte o JOELHO.

Inicialmente vamos começar falando um pouco das estruturas que compõe essa articulação pra depois especificar como podem surgir os mecanismos lesivos.

Vamos lá?

Recapitulando a anatomia do joelho ela é formado por três articulações (patelofemoral, tibiofibular, tibiofemoral) e quatro estruturas ósseas pra sustentá-las (fêmur, tíbia, fíbula e patela), além disso, é de suma importância citar os movimentos realizados nessa articulação que são de rotação lateral e medial em conjunto com os movimentos primários de flexão e extensão, classificando essa articulação como gínglimo modificado ou condilóide duplo.

 

Como estamos abordando uma prática esportiva que não envolve deslocamentos com mudança de direção, os movimentos rotacionais dessa articulação não afetarão como em outros esportes (ex: basquete, handebol, futebol e etc), mas aqui tem um contato do pé ao solo constantemente atribuindo um grande impacto nessa articulação, que por sua vez é também é um grande vilão nas lesões de joelho porque pra quem não sabe durante a corrida o membro inferior sofre três vezes o peso corporal a cada fez que toca ao solo e se a cada quilometro o pé entra em contato com o solo em média 930 vezes o que isso poderá causar na articulação? Lesão.

Obviamente, que para acarretar em lesões significativas nos tendões, articulações e futuramente na cartilagem necessita de uma série de fatores envolvidos, tais como: demanda de treino (treino inadequado), tipo de pisada (pronada ou supinada), tipo de calçado, desequilíbrio da musculatura de quadril, déficit de flexibilidade, discrepância de membros inferiores e desvios do alinhamento do joelho (valgo ou varo). O alinhamento do joelho em relação ao quadril conhecido como ângulo Q é um dos fatores que mais implicam em lesões de joelho, atingindo principalmente o público feminino devido o formato de sua pelve ser mais larga a deixando mais suscetível a esse tipo de lesão principalmente se ela tiver fraqueza da musculatura posterolateral de quadril (glúteo máximo, glúteo médio e tensor da fáscia lata), que além de estabilizadora da pelve (sinal de Trendelemburg) durante a fase de balanço da marcha é também responsável pelo alinhamento do joelho como estivemos falando na postagem anterior de afecções de quadril, além disso, a falta de flexibilidade juntamente com o desequilíbrio dessas musculaturas de quadril que sustentam a articulação do joelho pode gerar complicações como

A Dor Anterior do Joelho ou até a Síndrome da Dor Patelofemural, que surgem por retração/tensão da musculatura anterior de coxa juntamente com um anteversão pélvica, encurtamento de isquiotibiais, tensão do tendão patelar para cima (patela alta) ou para baixo (patela baixa), aumento do ângulo Q, o tipo pisada também pode ser um grande precursor dessas lesões quando ocorre desabamento do arco plantar gerando pronações excessivas durante a marcha principalmente combinado com a fraqueza da musculatura posterolateral de quadril gera um quadro biomecânico conhecido como Valgo Dinâmico esse padrão de marcha é insatisfatório na prática esportiva pela posição que o fêmur, patela e tornozelo se encontram e implicando nessa e em outras séries de lesões.

Algumas da Síndrome da Dor Patelofemural com o decorrer da evolução acarreta em destruição do tecido cartilagíneo, essa condição é conhecida como Condromalacia Patelar, os sintomas são semelhantes ao da SDP só que como dito acima com a perda do tecido cartilagíneo, acarretando em uma Artrose no Joelho.

Podemos ver hoje o quanto às biomecânicas de quadril e joelho interferem uma na outra e as lesões se assemelham no modo que são adquiridas, então não devemos pensar em uma estrutura unicamente e sim no complexo todo, como no caso o membro inferior.

Então vamos dar atenção devida para as particularidades de cada seguimento, sendo ele o precursor do movimento a ser corrigido ou sinergista que é tão importante quanto para tratarmos de de maneira eficaz esta articulação.

 

Vejo vocês no próximo texto.

Até logo

Dr. Renan Justino

 

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