O Conceito Mulligan apicado à pacientes com Epicondilite Lateral

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Mesmo sendo conhecida como “cotovelo de tenista”, a epicondilite lateral não é uma condição limitada apenas para praticantes do esporte. Quaisquer atividades físicas, ou não, que impliquem em movimentos repetitivos ou de carga em dedos, punhos e cotovelos podem ser fatores de risco para o surgimento da patologia, caracterizada como uma inflamação dos tendões dos músculos extensores de punho e dedos.

Muitas vezes ocorre devido à sobrecarga muscular, causando “over stress” no tendão e consequentemente inflamando-o. Os sintomas mais comuns desta patologia são dores intensas na região lateral do cotovelo ao movimento tanto do punho quanto dos dedos, ao carregar algum peso e sensibilidade ao toque. Muitos  profissionais se debatem na seguinte questão: mas se a dor é no extensor do punho, porque ao fazer flexão de dedos e punho o meu paciente sente dor? E a resposta é simples, não se deve realizar alongamento estático em tecido inflamado, ainda mais sendo ele um tecido branco (tendão é branco pois é pobre em vascularização e se você alonga ocorre uma diminuição da circulação do liquido na região por conta de uma tensão nos vasos) quando seu paciente faz flexão de punhos ou dedos ele alonga o tendão que esta infamado e isso gera dor.

Iremos falar agora sobre alguns métodos utilizados por Fisioterapeutas para atender pacientes que apresentem disfunções associadas à Epicondilite Lateral, sendo que a sugestão do post não é a única e exclusiva para esta patologia, lembrando que existem diversos métodos de tratamento e o profissional deve manter-se atualizado sobre o assunto.

Inicialmente muitos profissionais optam pelo uso de recursos eletroterapêuticos para trabalhar sobre a inflamação, enquanto outros preferem utilizar as mãos em toda a fase de reparo tecidual respeitando-as, óbvio, com trabalho de exercícios excêntricos sem grande amplitude para não aumentar ainda mais a lesão.

Só para não causar confusão, eu citei acima que não devemos realizar alongamento estático, alongamento dinâmico (trabalho excêntrico) podemos realizar a depender do grau da lesão, caso esta esteja em um grau muito avançado não devemos pensar duas vezes se não utilizarmos recursos eletroterapêuticos até que achemos que podemos aplicar os recursos manuais sem problemas. Certo? Continuando…

Talvez você ache entranho o fato de eu não detalhar o uso da Eletroterapia aqui, mas eu tenho uma fascinação muito maior pela terapia manual, mas acho lindo o trabalho associado, então irei falar mais sobre a terapia manual. Diversos estudos sobre a manipulação articular associada ao movimento tem trazido a muito tempo ótimos resultados clínicos, Brian Mulligan criou um conceito de reposicionamento articular que podemos trabalhar associando ao movimento funcional ou não.

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Brian fala de maneira descontraída em seus cursos, relatos de outros grandes profissionais, o seguinte: “No pain, is Mulligan”, isto porque ao fazermos o reposicionamento articular conseguimos uma melhora da Amplitude de Movimento(ADM), o paciente não sente dor e um detalhe importante, o reposicionamento articular deve ser realizado antes ou durante a sessão, para que possamos fortalecer a musculatura que estabiliza aquela articulação. Imagine você reposicionar uma articulação e não trabalhar os estabilizadores dinâmicos (músculos)? Não vai adiantar de nada, logo, precisamos reposicionar a articulação, fortalecer, trabalhar resistência, ativar, como o profissional achar melhor, para obtermos um ótimo resultado com o nosso paciente.

O profissional deve olhar o paciente como um todo, investigue sempre lesões ou disfunções proximais (por exemplo: antes de já chegar mobilizando diretamente o cotovelo do paciente, veja se tem necessidade de uma liberação da região cervical, olhe o posicionamento do ombro, mobilize o ombro, mobílie o punho se achar necessário e depois vá para o cotovelo).

Deixei um gostinho sobre o Conceito Mulligan de propósito, pesquise mais sobre o tema, existem vários artigos pela internet, e acredito que tenha dado para perceber o porque eu não uso o TENS em pacientes com este ou outros casos, já que o Mulligan me proporciona o bem estar do paciente, livre de dor, o paciente se sente mais confiante por eu estar tocando nele e o resultado pode ser imediato. Aqui final do post tem um dos vários artigos relatando a eficácia do conceito criando por Brian Mulligan.

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Maycon Douglas A. de Oliveira

@mdouglasfisio

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Dr. Maycon Douglas

○ Criador/administrador do FISIOTERALOUCOS ○ @mdouglasfisio SALVADOR-BA

4 comentários em “O Conceito Mulligan apicado à pacientes com Epicondilite Lateral

  • 14 de maio de 2016 em 18:14
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    Olá
    Eu faz tempo que sofre de esse problema. Fiz um tratamento mas não deu resultado positivo. Agora, o problema piorou mais e o dor passou também pelo ombro. Sinto dor no cotovelo e ombro direito. O dor é muito forte e não consigo a mover o braço direito.
    Gostaria muito começar um tratamento especial. Agora estou tomando rimedio para dor muscular.

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    • 17 de maio de 2016 em 16:56
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      Olá, procure um profissional reconhecido…pegue indicações e continue o tratamento!

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  • 20 de agosto de 2017 em 02:12
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    Dias depois comunicando-se por telefone, a paciente lhe informou que estava bem, sem dor e com reducao do edema. A partir desta observacao e o resultado em um caso rebelde , passou a utilizar este conceito para outras articulacoes desenvolvendo rapidamente a ideia da falha posicional.

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  • 16 de outubro de 2017 em 12:40
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    concordo plenamente contigo, eu tenho este problema, fiz algunhas sessões de fisioterapia mas nao adiantou, o profissional ionizava previnede por 15 minutos, depois punha o tens com gelo por 15 minutos e me mandava em bora nem tocava no meu braço.. em outr ele punha uma manta quente em cima do tens, nao sei qual dos dois estava certo, só sei que nada adiantou

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