Medo, insegurança, dúvidas e impotência são os sentimentos mais relacionados ao estágio em UTI’s afirma pesquisa.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que incorpora a subjetividade do ser humano, buscando analisar os sentimentos vivenciados por acadêmicos do Curso de Fisioterapia da UFPR-Litoral, durante o período de realização do estágio curricular em UTI adulto ou pediátrica do HC.
Utilizou-se entrevista estruturada especialmente elaborada para este estudo, a qual continha 10 questões (6 abertas e 4 objetivas), que foram registradas de forma manuscrita pelos próprios pesquisadores e tinham duração aproximada de 30 minutos. A entrevista contemplava as seguintes questões:
1- Você já tinha estado em UTI antes do estágio?
2- Quais pensamentos você tem em relação à sua permanência na UTI, quando está se dirigindo para o seu trabalho nesse local?
3- Considerando uma escala de 0 a 10, sendo (0) “nada” e (10) “muita”, como você avalia seu nível de ansiedade ao adentrar no hospital, sendo dirigido para a UTI?
4- Quando está diante de um paciente, quais são os seus primeiros pensamentos? Como se sente?
5- Quando está diante do seu paciente, você sabe o que e como fazer?
6- Qual a sua expectativa em relação ao tratamento que está desenvolvendo com os pacientes da UTI?
7- Você acredita ter sido preparado adequadamente para exercer seu trabalho na UTI?
8- Você experimenta ou já experimentou alguma fragilidade emocional para realizar algum atendimento?
9- Você se sente amparado e/ou apoiado pelos outros profissionais ou professores nesse seu trabalho?
10-Como você se sente ao sair do seu estágio na UTI, depois de um dia de trabalho? E o que pensa em relação ao seu retorno no próximo dia?
Não se evidenciou desempenho diferenciado entre o estagiário que nunca havia estado na UTI e os demais. Não houve diferença na forma de responder entre homens e mulheres. Foram comuns sentimentos de medo, insegurança, dúvidas, impotência e também envolvimento, empatia, afetividade e entusiasmo.
Os estagiários que realizaram atividades na UTI pediátrica apresentaram maior sensibilidade emocional do que aqueles que estagiaram na UTI adulto: “primeiro a avaliação do sofrimento da criança”; “pensava em quantas crianças estavam internadas”.
Embora manifestassem dificuldades em relação ao preparo pedagógico, apresentavam sinais de comprometimento com os resultados, e a maioria declarou que sabia o que fazer e como proceder quando estava diante de um paciente de UTI. Revelaram grande dificuldade em lidar com o sofrimento e a morte, apontando para a necessidade de que sejam melhor preparados psicologicamente para atender ao paciente crítico.
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