Conheça benefícios e indicações da fisioterapia pélvica

 

img-fisioterapia-uroginecologica-mdpMuitos conhecem os benefícios da fisioterapia tradicional, que consiste em tratar doenças por meio de exercícios e agentes físicos. Mas nem todos sabem que ela é de fundamental importância para todas as áreas do corpo – incluindo a pelve feminina. A fisioterapia pélvica ou uroginecológica é uma especialidade que atua no tratamento conservador das disfunções urogenitais e anorretais, através da reeducação do assoalho pélvico após o parto; para preparar tal região do corpo da mãe para o nascimento do filho; e para fortalecer a sustentação natural da área quando está comprometida.

Segundo a fisioterapeuta Kellyane Oneida, especialista em Fisioterapia Pélvica na Faculdade Inspirar de Curitiba (PR) e Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Pélvica, as funções primordiais são: suporte dos órgãos abdominais e pélvicos, função sexual e manutenção da continência urinária e fecal. “A fisioterapia pélvica é indicada nos casos de incontinência urinária feminina, masculina e infantil, prolapsos genitais, constipação, incontinência anal, hipo ou hipersensibilidade retal, dor pélvica crônica, disfunções sexuais, pré e pós-parto”, destaca.

A gestação, por exemplo, é um momento da vida da mulher que pode necessitar da fisioterapia pélvica. “Novos hábitos e cuidados devem ser adotados. Dentre esses cuidados, os exercícios para musculatura do assoalho pélvico são indispensáveis. Quando a musculatura do assoalho pélvico está fraca a sua função de sustentação dos órgãos pélvicos (útero, ovário, bexiga etc) fica prejudicada ocasionando problemas como prolapsos genitais e a incontinência urinária. Durante a gestação, a sobrecarga da musculatura do assoalho pélvico é radicalmente aumentada”, coloca ela.

Ainda segundo a profissional, além de sustentar o peso constante dos órgãos pélvicos, agora a gestante precisa sustentar todo o peso do bebê, durante todo o dia. “Por este motivo seria ideal que a mulher, ao planejar ter filhos, treinasse sua musculatura antes e durante a gestação. Os treinos de força, de coordenação motora da musculatura do assoalho pélvico e a massagem perineal são exemplos de terapias bastante úteis para minimizar os problemas descritos. Ainda, é importante lembrar que problemas como incontinência urinária e prolapso genital podem surgir tanto no pós-parto imediato quanto tardiamente (anos depois)”, declara.

Mas ao contrário do que se pode imaginar, não é o parto normal o único responsável por este tipo de lesão. “As lesões do assoalho pélvico ocorrem durante o segundo estágio do trabalho de parto (ou período expulsivo), onde as contrações uterinas mais fortes fazem com que a cabeça do bebê seja projetada repetidamente contra o assoalho pélvico. É neste período que acontece a dilatação do colo uterino. É importante frisar que o período expulsivo está presente tanto no parto normal quanto na maioria dos partos cesários”, acrescenta Oneida

Cuidados

Músculo preparado corre menos risco de lesão. Assim, a mensagem que a fisioterapeuta deixa é que, tanto para o parto normal quanto para a cesariana, a musculatura do assoalho pélvico deve ser preparada – com exercícios. “Em conjunto, os treinos de força, de coordenação motora da musculatura e a massagem perineal durante a preparação para o parto, todos executados por fisioterapeuta especializado, podem minimizar em muito os riscos”, diz. Assim como remédio, exercício só funciona na dose certa. “Com um plano desenhado especialmente para cada caso e patologia”, completa Kellyane.

Conforme a fisioterapeuta, a musculatura do assoalho pélvico pode ser melhorada por exercícios de simples contração e relaxamento, auxiliados ou não pelo fisioterapeuta, ou exercícios com acessórios, como os cones vaginais (fortalecimento e propriocepção) ou o ben wa – bolinha do pompoarismo – (coordenação motora e propriocepção). Assim também como massagens perineais, recursos de eletroterapia, eletroestimulação e biofeedback. A duração do tratamento varia de acordo com o paciente e suas respostas fisiológicas, assim como a disfunção que ele possui.

Os exercícios respiratórios, exercícios de consciência corporal e exercícios de relaxamento também fazem parte do tratamento pré-parto. “Além disso, a fisioterapia pré-natal conta com a terapia manual, que pode prevenir e tratar as dores oriundas da gravidez, como dor lombar e dor na região cervical. Os exercícios são fundamentais para o bem-estar geral da mulher, pois previne dores musculoesqueléticas e disfunções urinárias e fecais”, ressalta Kellyane.

 

Fonte: http://acritica.uol.com.br/vida/beneficios-indicacoes-fisioterapia-pelvica_0_1420657949.html

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